então, lhe diziam: Dize, pois, chibolete; porém ele dizia: sibolete, porque o não podia pronunciar assim bem; então, pegavam dele e o degolavam nos vaus do Jordão; e caíram de Efraim, naquele tempo, quarenta e dois mil. (Juízes 12:6).
O que é dicção? Na bíblia, há um episódio em que a dicção se torna caso de vida ou morte. E por incrível que pareça, ainda hoje isso acontece. Permita-me explicar o contexto.
Resumindo a história, estava ocorrendo uma guerra civil entre as tribos de Israel. Os Efraimitas provocaram essa guerra por ciúmes (Juízes 12:1). O exército de Jefté, usou uma estratégia simples, que foi tomar os vaus do rio Jordão.
Então, fechando o caminho comum por onde todos precisavam passar, eles agora só precisam identificar os inimigos para os matar. E a forma como fazem essa identificação é pela dicção.
Então aqui temos uma pergunta válida: Por que entre as tribos de Israel, uma tribo falava diferente de outra tribo? Por que vemos essa diferença cultural fonética no sotaque dos efraimitas que é tão forte que por ela eles são identificados facilmente?
Moody comenta que essa diferença no sotaque era comum entre as tribos, pelo simples fato de serem tribos, que são povos que se multiplicam a partir de uma única família. E assim o costume da família, bem como os acertos e os erros, são passados de pai para filho. Incluindo a forma de falar.
Isso também significa dizer que, um dos costumes dessa família, que passou para toda a tribo, é não se relacionar com outras tribos e por isso, eles mantem a sua cultura e o seu sotaque intactos ao longo dos anos.
Porque quando a mistura de tribos acontece, quando elas se relacionam entre si, não apenas nos casamentos, mas nos negócios e na amizade, as culturas se misturam e com os anos o sotaque estabiliza, sendo um único sotaque para ambas as tribos.
E nesse episódio de Juízes 12, parece que, somente a tribo de Efraim tinha um sotaque diferente. E isso claro, não é provável. É possível que as demais tribos tivessem outros fonemas diferentes deste.
Mas para os efraimitas a sua forma talvez incorreta de pronunciar uma palavra, resultou na morte de 42 mil pessoas.
Agora, eu mencionei que isso acontece ainda hoje. Como? Ora, obviamente não a morte física, mas a morte ministerial, ou simplesmente a morte social.
Porque os oradores e palestrantes que não pronunciam corretamente as palavras, perdem público, plateia e palco. E o mesmo acontece com os pregadores que não treinam sua dicção, e quando estão ministrando, comem palavras, pronunciam incorretamente, ou tropeçam em sílabas.
E isso para o público em geral, parece não ter problema. Mas tem sim. Porque esse pregador, fica impedido de alcançar um público mais culto, mais estudado, mais sofisticado, de ouvido afinado.
Então a morte ministerial é quase certa. Outrossim as pessoas amam corrigir umas ás outras nas redes sociais. E falar errado, significa também uma escrita inadequada. E isso pode provocar a morte nas redes sociais, ou como dizem hoje o “cancelamento”.
Então como um pregador poderia melhorar a sua dicção?
De várias formas. Uma delas é falar devagar. Você pode observar que grandes oradores falam devagar, e pausadamente. Tentar falar na mesma velocidade do pensamento é a certeza de errar.
Outra forma de melhorar sua dicção é ouvindo a si mesmo, prestando atenção se cada palavra esta sendo pronunciada corretamente e completamente.
Mas a melhor forma de ter uma dicção impecável é através de muita leitura e meditação. Porque o exercício da fala esta diretamente ligado ao nível de conhecimento que você para formar frases e conjugar verbos, e isto exige por si só, um vocabulário rebuscado.
E o poder de formar frases e conjugar verbos, bem como o vocabulário amplo só pode ser adquirido pela leitura. Não adianta OUVIR áudiobooks, ou ouvir mensagens, isso não aumenta o seu poder de fala, tanto quanto a leitura de um bom livro.
Só não pode se envaidecer ampliando seu vocabulário e falando difícil para impressionar, porque isso fere o objetivo da pregação que é alcançar todos os públicos, sejam grandes ou pequenos.
Mas sim, precisamos ampliar nosso vocabulário, e principalmente nossa visão e relacionamentos. Porque se os efraimitas não tivessem se isolado, e ao longo dos anos tivessem feito alianças tendo relacionamento saudável com outras tribos, então essa diferença do sotaque teria sido corrigida naturalmente.
Mas pelo fato de se isolarem entre si, e não se relacionarem, logo isso os matou. E assim acontece com todos que se isolam. É preciso crescer, é preciso se relacionar e continuar sempre aprendendo coisas novas. Aprenda tudo sobre pregação no Clube de Pregadores, uma escola de capacitação para pastores que pregam, ganham e cuidam de almas.
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